Webinar de 23 de junho

 
  • Assista à gravação da webinar aqui

Dia: 23 de junho – Terça feira

Horário: 17h30 min do Brasil - 21h30 min de Portugal

Tema geral: A formação docente em Educação Sexual frente aos Direitos Humanos

 

Temática 1: O perfil do educador sexual frente aos direitos humanos

 
Palestrante:
 

 Mary Neide Damico Figueiró - Psicóloga, Professora Sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL - PR - Brasil). Atuou por 30 anos como professora do Departamento de Psicologia Social e Institucional da UEL, sendo que, durante 19 anos, coordenou Grupos de Estudos sobre Educação Sexual (GEES),um trabalho de Extensão universitária voltado para a formação de educadores sexuais, na UEL. Mestre em Psicologia Escolar pela USP de São Paulo (1995). Doutora em Educação (2001), pela Universidade  Estadual Paulista - UNESP. Pesquisadora-autora de vários livros sobre Educação Sexual. 

SUGESTÕES DE EXCELENTES LIVROS ESCRITOS/ORGANIZADOS PELA PALESTRANTEMarketing livros. 3 .pdf (658013)

 

Resumo:

 

O perfil do educador sexual que tem como foco os direitos humanos

           O educador que se dispõe a trabalhar o tema sexualidade com seus alunos,  de imediato,  demonstra uma compreensão de que o desenvolvimento da criança e do jovem deve se dar em sua integralidade, como ser humano, e não apenas em seu aspecto cognitivo e comportamental, o que inclui as variadas habilidades. Esse educador demonstra também ser capaz de reconhecer que não é o "dono do saber", mas apenas alguém que tem a competência  para ensinar a pensar e para conduzir o educando a formar sua opinião pessoal sobre todas as questões ligadas, direta e indiretamente, à sexualidade. Além disso, reconhece que seu papel é o de conduzir o educando rumo à conquista de sua autonomia moral e intelectual, pois só assim alcançará a liberdade de pensamento, de consciência, de opinião e de expressão, de que fala a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada no ano de 1948, pela ONU.

            Uma característica assaz importante do educador sexual que tem como foco os direitos humanos é saber ouvir, de modo a criar oportunidades para que o educando  expresse suas dúvidas, sentimentos e angústias, pois reconhece que só assim se dará o verdadeiro aprendizado. Paralelo a isso, é um profissional consciente de que se deve desenvolver no aluno a capacidade para, também,  saber ouvir e respeitar as diferentes opiniões dos colegas e os jeitos diferentes de ser de cada um. É muito cuidadoso com o aprendizado da expressão de emoções e com o desenvolvimento da afetividade e o aprimoramento das relações humanas.

            O educador sexual voltado para os direitos humanos é aquele que tem comprometimento com a perspectiva emancipatória da Educação Sexual, segundo propõe Maria Amélia Azevedo (apud FIGUEIRÓ, 2010), pois a concebe como meio, não apenas de levar o educando a ter acesso a conhecimentos básicos necessários para viver bem, feliz e com segurança sua sexualidade, mas também de formar um cidadão crítico e participativo nas lutas e transformações sociais necessárias para se alcançar a igualdade e o respeito a todo tipo de diferença e a eliminação de toda injustiça e de toda forma opressão.  Ao se dedicar, com mais afinco, à luta pelo Direito à Educação e à Saúde, esse profissional é capaz de sensibilizar os alunos para que se comprometam com a conquista de todos os Direitos Humanos, incluindo os Direitos Reprodutivos e Sexuais.

            Finalmente, preciso destacar que, devido à minha longa experiência na formação de educadores sexuais na Universidade Estadual de Londrina (PR- Brasil), considero quem trabalha o tema sexualidade em escolas brasileiras uma pessoa, eminentemente, corajosa e desbravadora, pois ainda pairam, em grau significativo, o medo dos educadores de uma reação negativa por parte dos pais em relação ao trabalho da Educação Sexual, além de alguns tabus, tais como o de que falar sobre sexualidade pode levar o aluno a fazer sexo precocemente. Ainda se vê acontecer: falta de apoio da direção e/ou equipe pedagógica ao trabalho do educador sexual, acentuada preocupação com o currículo a cumprir e impedimentos de se utilizar filmes como recurso didático, como os que tratam, por exemplo, da diversidade sexual. Reforça a ideia de o educador sexual ser um desbravador o fato de que o Brasil, embora tenha criado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), por volta de 1996, nos quais está proposta a inserção da Educação Sexual como tema transversal, não tem se esforçado para  desenvolver a formação inicial e continuada dos professores para lhes dar suporte nesta difícil tarefa.

            Acredito muito que faz parte do perfil do educador sexual a sensibilidade de perceber, mesmo que de forma não consciente, a importância e a necessidade do ensino intencional da sexualidade na vida do educando, seja porque não teve esse aprendizado em sua vida familiar e/ou escolar e reconhece a falta que lhe fez, ou porque o teve (muitas vezes de forma incipiente) e consegue reconhecer o quanto isso fez diferença em sua vida pessoal.

            Finalmente, vale dizer que o educador sexual é uma pessoa que tem paixão por aprender continuamente, está aberta a rever seus sentimentos e preconceitos e, assim, deseja contaminar outros com esta mesma paixão e disposição, fazendo da escola um ambiente alegre, cujos ensinamentos têm ligação direta com a vida.

 

Referência:

FIGUEIRÓ, Mary Neide Damico. Educação Sexual: retomando uma proposta, um desafio. 3.ed. rev. e atual. Londrina: EDUEL, 2010.

Indicação de leituras:

ARAÚJO, Ulisses F.; AQUINO, Júlio Groppa. Os direitos humanos na sala de aula: a ética como tema transversal. São Paulo: Moderna, 2001.

DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos humanos e cidadania.  2.ed. reform.  São Paulo: Moderna, 2004.

 

 

Temática 2:  Gênero e diversidade indagando a formação de professoras/es

 

Palestrante:

Alexandre Gomes Soares - Bacharel e licenciado em História, Professor-bolsista na Especialização em Gestão Escolar da Universidade Federal de Minas Gerais, atua na Educação Básica desde 2006 e no Ensino Superior desde 2010. Integrante do grupo de pesquisas EDGES (Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual), vinculado ao Programa de Pós-graduação da FEUSP. Mestre em Educação Tecnológica pelo CEFET/MG e Doutorando em Educação na USP.

Capítulos de livros publicados:

SOARES, A. G. . Gênero e diversidade sexual indagando as práticas curriculares da educação profissional e tecnológica. In:Raquel Quirino. (Org.). Relações de Trabalho, Educação e Gênero.. 1ed.Jundiaí/SP: Paco Editorial, 2014, v. 1, p. 135-156.

SOARES, A. G. ; SILVA, Maria Aparecida da . O velado e o revelado sobre gênero e diversidade sexual nos livros didáticos de História. In: ARAÚJO, Abelardo Bento; SILVA, Maria Aparecida; SILVA, Sandra Maria G.(Org.). Políticas e práticas curriculares: integração entre a Educação Profissional e a Educação de Jovens e Adultos. Curitiba-PR: CRV, 2012, v. v., p. 155-179.


Resumo:

No Brasil, as discussões sobre direitos humanos, gênero, sexualidade e diversidade no cenário escolar ainda carregam visões e representações dogmáticas sobre o tema, dados que são apontados, por exemplo, na pesquisa denominada Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil (2011), realizada pela Fundação Perseu Abramo em conjunto com a Fundação Rosa Luxemburg Stiftung (RLS). Entretanto, a participação dos movimentos sociais nos debates sobre cidadania, em especial do movimento feminista e do movimento de LGBTTI e a preocupação da academia com estas categorias vêm se tornando visíveis, além de ações políticas.

Ainda neste sentido, na busca de uma compreensão do contexto escolar, Sacristán (2000) destaca que as práticas educacionais são delineadas por um projeto seletivo de cultura, social, política e administrativamente condicionado, que preenche a atividade escolar e que se torna realidade dentro das condições da escola no âmbito curricular. Por fim, levanto algumas indagações sobre esta temática: Os marcadores sociais de gênero e diversidade estão presentes na sociedade, especialmente na educação básica, sendo assim é possível conceber e estruturar uma educação partindo de um diálogo sobre este tema?  Quais lugares ou não essa temática tem na formação e atuação dos/as docentes? Como abordar e/ou mediar estes marcadores nas diversas disciplinas da educação básica?

Questões como estas estão presentes no cotidiano escolar, são vistas e compreendidas por diferentes perspectivas e com frequência de forma. Neste sentido, a proposta deste seminário online visa propor um diálogo com vistas a conhecer e valorizar a diversidade, oferecendo novos argumentos e informações na percepção da realidade, bem como a promoção do reconhecimento da diversidade e enfrentamento ao sexismo e a homofobia.

 

 

Organização: UDESC   UNESP   Grupo 

 

Apoio Técnico:

 

 

  Dhilma de Freitas  - GRUPO GEISEXT - IEUL

 

 

 Isabel Chagas - GRUPO GEISEXT- IEUL

 

 Celia Regina Rossi  - GSEx - UNESP/ Rio Claro

Vera Marques - LabEduSex - UDESC- BR

 

Gabriela Maria Dutra Carvalho  - UDESC-BR

 

    Graziela Raupp Pereira -  LabEdusex - UDESC- BR

 Marisalva Fávero - ISMAI /PT

 

 

 Marta Caseirito - GEISEXT- IEUL

 

 Dulce Mourato -  GEISEXT- IEUL

 

 

 


 

 

Esta  webinar será GRATUITA, não sendo necessário fazer inscrição prévia!